Quando essa guerra vai acabar?

Quando essa guerra vai acabar?

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Não, nós não estamos a ponto de falar sobre terrorismo e atentados praticados pelo Estado Islâmico. Nossa guerra é do bem, e envolve consoles. Mais especificamente dois: Xbox One e Playstation 4. Sim, aquele velho papo de sempre!

O objetivo aqui não é tomar partido, e sim refletir sobre alguns fatos que podem esclarecer melhor como tem sido a briga destes cachorros grandes. Saber, enfim, quais são os temperos que estão fervendo neste caldeirão.

Enquanto sonystas e caixistas postam memes em redes sociais, argumentam em fóruns e espaços de discussão, e até mesmo brigam e desfazem amizades por não conseguir convencer alguém que o “seu” console é o melhor – sim, eles devem existir, nunca duvide da internet -, nós aqui pegamos um chazinho (ou uma breja), colocamos um monóculo e surfamos em uma prancha verde-azul por cima desse lamaçal de brigas.

Ed Fries, diretor da equipe que desenvolveu o Xbox em 2001 jogou a toalha antecipadamente ao reconhecer que o Xbox One perdeu esta geração para o PS4, o que é realmente curioso, considerando que a geração “começou” no final de 2013, quando ambos foram lançados (em datas próximas, inclusive). E não, isso não foi dito para ofender nintendistas (o Wii U foi lançado em 2012), mas sim porque nossos holofotes estão apontados apenas para os dois consoles já citados acima.

A apresentação do Xbox One pareceu engraçada para alguns, já que ele debutou com muitas vozes repetindo as palavras “tv”, “entretenimento” e “jogos” (esta última no mínimo em terceiro lugar apenas). Seguiu-se a isso o início de uma relação truncada e talvez não tão amorosa com o público, quando Don Mattrick (chefe da Xbox na época), enfrentando os questionamentos de um público que acabava de descobrir que o novo console precisaria funcionar sempre conectado à internet, sugeriu meio impaciente que, caso não concordassem com essa imposição ou não tivessem acesso ininterrupto à www, que comprassem o Xbox 360 (console da geração anterior).

Por outro lado, a Sony já chegou com foco no “gaming”, falando sobre a expansão da Playstation Network, do potencial de processamento do novo brinquedo, o design do novo controle (Dual Shock 4), etc. Enfim, se não chamou tanta atenção, pelo menos pareceu simples e objetiva (e menos beligerante, claro).

Falar sobre jogos exclusivos é a mais completa perda de tempo. Imagine comparar Gears of War com Uncharted, Quantum Break (que ainda nem saiu) com Bloodborne, etc. Para isso, o segredo é invocar a manifestação das feras indomáveis que habitam o “maravilhoso mundo dos comentadores de internet” (é isso mesmo, pode deixar sua opinião abaixo). Na nossa visão, vai do gosto do freguês, e para provar esse ponto de vista, jogamos alguns provérbios ao vento: “gosto é gosto, já dizia uma véia lambendo sabão”; “gosto não se discute, se lamenta”; “gosto é que nem c*…” … bem, acho que já deu para entender o recado.

É bem complicado fazer uma análise macro sobre as razões que levaram a uma vitória parcial do PS4 sobre o Xbox One. E o engraçado é que, descendo para a nossa realidade – aqui no Brasil – as explicações ficam ainda mais difíceis. Quem duvida é porque já deve ter esquecido do carinhoso apelido de “PS4k”que o console japonês ganhou quando chegou por aqui aqui, visto que custava precisamente R$ 4.000,00 (ok, talvez R$ 3.999,00 naquela tática ilusionista do varejo). Tirando pródigos, endinheirados e fanboys em estado catatônico, ninguém tinha coragem (nem condições) de comprar o console – a não ser no mercado cinza, que apresentava preços bem menores. O Xbox One, por outro lado, estreou no mercado com um valor bem inferior, o que justificaria uma vitória maciça por aqui logo no início.

Embora não tenha explicação, a vitória parcial do PS4 sobre o Xbox One pode ser vista em alguns jogos estilo multijogador massivo online (MMO’s) como Destiny, por exemplo. Basta entrar na comunidade do jogo no Facebook e ver as postagens oferecendo vaga para fazer raides. Compare a quantidade de “[PS4]” com a de “[XOne]” e verá qual tem mais jogadores.

Na BGS 2015, a varejista B2W (Americanas) estava “torrando” o Xbox One pela bagatela de R$ 1.500,00, valor que, se comparado com o do rival, dava nada menos do que R$ 1.000,00 de diferença. Na black friday surgiram promoções parecidas. Isso pode ser um sinal de fumaça no horizonte indicando que a Microsoft quer virar o jogo aqui no Brasil – apesar do câmbio estratosférico em relação ao dólar no momento.

Para quem carrega em seu coração um certo saudosismo em relação à geração anterior, o anúncio de retrocompatibilidade do Xbox One com jogos do Xbox 360 foi a melhor notícia que poderia ter ocorrido, ainda que o fato da lista de títulos ser limitada tenha sido um pequeno balde de água fria.

Enfim, tem sido uma briga boa, na qual o público gamer sai ganhando. Esperamos que vença o melhor no fim das contas, mesmo que isso seja apenas uma questão de opinião, e que varia de jogador para jogador.

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Darson Porto

Darson Porto

Gaúcho morando em Curitiba. Servidor público. Começou a jogar videogame aos 3 anos na geração 8 bits. Alterna jogatinas entre PC PS4 e XOne. Gosta de escrever e conversar sobre o tema, além de espalhar a teoria de que videogames são a arte suprema.

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